A Doença Renal Crônica (DRC) é uma condição grave e progressiva caracterizada pela perda gradual da função dos rins ao longo do tempo. É um problema de saúde pública global, afetando milhões de pessoas e aumentando o risco de complicações cardiovasculares, além de levar à necessidade de terapias como diálise ou transplante renal em estágios avançados.
O que é a Doença Renal Crônica?
A DRC ocorre quando os rins perdem sua capacidade de filtrar corretamente o sangue, resultando em um acúmulo de toxinas e fluidos no corpo. Essa falha renal pode ser causada por diversas condições subjacentes, como diabetes mellitus, hipertensão, glomerulonefrite, infecções renais e doenças hereditárias.
A classificação da DRC é dividida em cinco estágios, de acordo com a taxa de filtração glomerular (TFG), que mede a eficiência dos rins:
- Estágio 1: TFG ≥ 90 ml/min, função renal normal, mas com danos estruturais.
- Estágio 2: TFG entre 60-89 ml/min, leve diminuição da função.
- Estágio 3: TFG entre 30-59 ml/min, moderada perda de função.
- Estágio 4: TFG entre 15-29 ml/min, perda severa de função.
- Estágio 5: TFG < 15 ml/min, insuficiência renal, frequentemente levando à necessidade de diálise.
Principais Causas da Doença Renal Crônica
Entre as causas mais comuns da DRC, destacam-se:
- Diabetes: Principal causa de DRC, sendo responsável por cerca de 40% dos casos. O excesso de glicose no sangue danifica os pequenos vasos dos rins, prejudicando sua função.
- Hipertensão: A pressão arterial elevada pode danificar os vasos sanguíneos dos rins, reduzindo sua capacidade de filtração.
- Doenças glomerulares: Como a glomerulonefrite, que provoca inflamação dos glomérulos (estruturas responsáveis pela filtração sanguínea).
- Outras causas: Doenças hereditárias como a doença renal policística, infecções e uso prolongado de medicamentos nefrotóxicos.
Dados sobre a Doença Renal Crônica
- Estima-se que a DRC afete 10% da população mundial, de acordo com a Sociedade Internacional de Nefrologia.
- No Brasil, mais de 140 mil pessoas fazem diálise regularmente, segundo a Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN).
- Um estudo publicado na revista The Lancet em 2020 mostrou que, entre 1990 e 2017, a prevalência global de DRC aumentou em 29,3%.
- Em 2017, a DRC foi responsável por 1,2 milhão de mortes em todo o mundo, tornando-se uma das principais causas de mortalidade.
Sintomas e Diagnóstico
Nos estágios iniciais, a DRC pode ser assintomática, o que dificulta o diagnóstico precoce. Entretanto, à medida que a doença progride, os sintomas mais comuns incluem:
- Fadiga;
- Inchaço nas pernas, tornozelos e rosto (edema);
- Alterações na urina (sangue ou espuma);
- Dificuldade em concentrar-se;
- Perda de apetite.
O diagnóstico é geralmente feito por meio de exames laboratoriais, como o teste de creatinina no sangue, que permite calcular a TFG, e o exame de urina, para verificar a presença de proteínas ou outras anormalidades.
Tratamento e Prevenção
Embora a DRC seja irreversível, é possível retardar sua progressão e melhorar a qualidade de vida do paciente por meio de:
- Controle rigoroso de diabetes e hipertensão;
- Dieta adequada, com restrição de sódio, potássio e proteínas, dependendo do estágio da doença;
- Medicamentos para tratar as complicações, como anemia, acúmulo de potássio ou fósforo;
- Em estágios avançados, a diálise ou o transplante renal pode ser necessário.
A prevenção da DRC envolve mudanças no estilo de vida, como manter uma alimentação saudável, praticar exercícios regularmente, evitar o consumo excessivo de sal e realizar exames periódicos, principalmente em pessoas com fatores de risco como diabetes e hipertensão.
Conclusão
A Doença Renal Crônica é um problema crescente em todo o mundo, afetando milhões de pessoas e impactando significativamente a saúde pública. A conscientização sobre seus fatores de risco, diagnóstico precoce e tratamento adequado são fundamentais para reduzir a mortalidade e melhorar a qualidade de vida dos pacientes. Para aqueles com predisposição genética ou doenças crônicas, é essencial manter um acompanhamento regular com um nefrologista e adotar hábitos de vida saudáveis.