Tratamento para Asma
O objetivo do tratamento da asma é melhorar a qualidade de vida da pessoa, por meio do controle dos sintomas e pela melhora da função pulmonar. O tratamento medicamentoso é realizado junto com medidas educativas e de controle dos fatores que podem provocar a crise asmática.
A definição do tratamento é feita a partir dos sintomas, do histórico clínico e da avaliação funcional conforme cada caso. São utilizados medicamentos para alívio rápido dos sintomas e para manutenção do controle da crise. A base do tratamento da asma persistente é o uso continuado de medicamentos com ação anti-inflamatória, também chamados controladores, sendo os corticosteroides inalatórios (bombinha) os principais. Pode-se associar também medicamentos de alívio, com efeito broncodilatador.
Em todos os casos, é preciso reduzir a exposição aos fatores desencadeantes/agravantes da asma. A cada consulta, o paciente deve receber orientações para o autocuidado – identificação precoce dos sintomas, como proceder em caso de crise, controle e monitoramento da asma -, e ser agendado para reconsulta conforme a gravidade apresentada.
O que é Asma?
Asma é uma doença comum das vias aéreas ou brônquios (tubos que levam o ar para dentro dos pulmões) causada por inflamação das vias aéreas e produzem muco, ou secreção extra. A asma causa os seguintes sintomas:
– falta de ar ou dificuldade para respirar;
– sensação de aperto no peito ou peito pesado;
– chio ou chiado no peito;
– tosse;
Esses sintomas variam durante o dia, podendo piorar à noite ou de madrugada e com as atividades físicas. Os sintomas também variam bastante ao longo do tempo. Às vezes desaparecendo sozinhos, mas a asma continua lá, uma vez que não tem cura.
Qual o impacto e a realidade da Asma no Brasil?
A asma é uma das doenças crônicas mais comuns que afeta tanto crianças quanto adultos, sendo um problema mundial de saúde e acometendo cerca de 300 milhões de pessoas. Estima-se que no Brasil existem aproximadamente 20 milhões de asmáticos. A asma é uma causa importante de faltas escolares e no trabalho.
Segundo o DATASUS, o banco de dados do Sistema Único de Saúde, ligado ao Ministério da Saúde, ocorrem no Brasil, em média, 350.000 internações anualmente. A asma é a terceira ou quarta causa de hospitalizações pelo SUS (2,3% do total), conforme o grupo etário considerado.
Felizmente, com a melhor compreensão da doença por parte dos portadores e a distribuição de medicamentos para os pacientes asmáticos graves, vem-se observando uma queda no número de internações e mortes por asma no Brasil. Em uma década, o número de internações por asma no Brasil caiu 49%. Apesar disso, disponibilização de tratamento adequado aos asmáticos ainda é restrita em muitos estados do país, sendo que um percentual muito grande da nossa população se encontra não tratada por completo.
A Asma de todas as pessoas é igual?
A asma varia muito de pessoa para pessoa e num mesmo indivíduo. Tem épocas que pode ser muito leve e os sintomas desaparecerem e tem momentos em que pode piorar muito, necessitando atendimentos de emergência e até mesmo internação. As crises de asma também podem variar, umas sendo mais fortes do que as outras.
Qual a causa da Asma?
A causa exata da asma ainda não é conhecida, mas acredita-se que é causada por um conjunto de fatores: genéticos (história familiar de alergias respiratórias – asma ou rinite) e ambientais.
O que são gatilhos para Asma?
São fatores que quando o asmático é exposto a eles podem piorar muito a asma ou fazer aparecer sintomas. Alguns gatilhos apenas pioram os sintomas, outros pioram também a inflamação dos brônquios. Os principais gatilhos da asma são:
– ÁCAROS – organismos microscópicos que se alimentam de descamação da pele humana, de pelos de animais e do mofo. Os ácaros habitam locais onde há acúmulo de poeira como: colchões e travesseiros, carpetes, bichos de pelúcia, estantes, papéis e até animais de pelo. Os ácaros e seus excrementos pioram a asma por aumentar a inflamação dos brônquios.
– FUNGOS – micro-organismos que crescem a uma temperatura acima de 37ºC e umidade acima de 50%. Estes são encontrados no fim do verão e no outono, estações em que predominam ventos quentes. Casas escuras, úmidas e mal ventiladas são ideais para o crescimento dos fungos. Dentro das casas os fungos podem crescer no sistema de ar condicionado, paredes de banheiros, fendas de superfícies. Misturam-se com a poeira dos carpetes, colchas, livros e refrigeradores. Também pioram a asma por aumentar a inflamação dos brônquios.
– PÓLENS – são gatilhos comuns (flores, gramas, árvores) que predominam fora de casa sendo carregados pelo vento. A polinização se dá após uma chuva prolongada, seguida de um clima seco sendo comum na primavera. Os pólens também pioram a asma por aumentar a inflamação dos brônquios.
– ANIMAIS DE ESTIMAÇÃO – os pelos de animais podem piorar a asma, mas o grau e a frequência da exposição é que determinarão os sintomas. Além dos pelos, a descamação da pele do animal, a saliva, a urina e outros tipos de excreções podem ser gatilhos da asma e essas podem ficar no ambiente por até seis meses após a retirada do animal. Alguns animais são considerados capazes de provocar alergias mais do que outros, tais como gatos e cavalos.
– FEZES DE BARATA – exposição a fezes pode provocar sintomas de asma. Piora por aumento da inflamação dos brônquios.
– INFECÇÕES VIRAIS – algumas infecções virais são capazes de causar sintomas de asma ou de piorá-la e entre eles o vírus da gripe e do resfriado comum. Alguns asmáticos são mais sensíveis do que outros.
– FUMAÇA DE CIGARRO – a fumaça do cigarro é prejudicial aos asmáticos, mesmo se o doente não fumar. Asmáticos filhos de pais fumantes estão sujeitos a piora dos sintomas e da própria gravidade da asma. A fumaça do cigarro, além de aumentar os sintomas também pode aumentar a inflamação dos brônquios.
– POLUIÇÃO AMBIENTAL – a exposição à poluição do ambiente em geral e poluição do ambiente de trabalho também pode piorar a asma.
– EXPOSIÇÃO AO AR FRIO – Ar muito frio e seco pode desencadear sintomas de asma por irritar os brônquios do asmático. Contudo, esse ar tem que ser muito frio, como o que ocorre nos invernos.
Como é feito o diagnóstico da Asma?
Inicialmente o médico pergunta sobre o que você sente e tenta entender como os seus sintomas podem fazer parte da doença. Assim, você será perguntado sobre falta de ar, chiados no peito, cansaço, tosse, produção de muco (secreção tipo clara de ovo), dificuldade para fazer suas tarefas e/ou exercícios habituais.
É importante contar sobre o horário em que estes sintomas ocorrem porque, geralmente, nos asmáticos existe uma piora durante a madrugada e ao acordar. Também é importante falar se esses desconfortos melhoram usando algum remédio ou espontaneamente.
Neste momento o médico tem uma boa ideia sobre se você tem ou não asma. Mas ele precisa ter certeza, para lhe ajudar e não prescrever remédios desnecessários. Para isso, deverá solicitar uma prova de função respiratória ou espirometria: neste exame, você vai soprar em um computador que transformará a quantidade de ar que sai em números. E são exatamente estes números que dirão se você tem asma. Algumas vezes, seu médico vai precisar ainda de outros exames de função pulmonar e deverá sempre lhe explicar o porquê.
O diagnóstico de asma não é feito por radiografia do tórax e nem pelo exame físico do pulmão, embora muitas vezes o médico possa auscultar os chiados e ver a sua falta de ar. Mas outras doenças podem causar as mesmas coisas. Por isso a importância da espirometria.
A Asma tem cura?
A asma não tem cura. Mesmo se você não tiver nenhum sintoma, a asma está presente. Embora não exista cura, existem tratamentos que melhoram muito os sintomas da asma e proporcionam o controle da doença. Assim, asmáticos tratados podem ter uma qualidade de vida igual a de qualquer pessoa saudável.
Como deve ser o tratamento da Asma?
Antes de falar sobre tratamento, é importante lembrar que a asma é uma doença variável. A asma varia de asmático para asmático e varia também ao longo do tempo em um mesmo indivíduo. Por isso, o tratamento da asma deve ser individualizado, isto é, o que serve para um asmático pode não ser o melhor tratamento para outro. Ou um mesmo tratamento pode ter sua dose modificada conforme a necessidade. Por isso, o tratamento da asma deve ser orientado pelo seu médico.
A maioria dos pacientes com asma é tratada com dois tipos de medicação: (1) medicação chamada controladora ou de manutenção que serve para prevenir o aparecimento dos sintomas e evitar as crises de asma e, (2) medicação de alívio ou de resgate que serve para aliviar os sintomas quando houver piora da asma.
As medicações controladoras reduzem a inflamação dos brônquios. As principais medicações controladoras são os corticoides inalados isolados ou em associação com uma droga broncodilatadora de ação prolongada.
As medicações controladoras diminuem o risco de crises de asma e evitam a perda futura da capacidade respiratória. O uso correto da medicação controladora diminui muito ou até elimina a necessidade da medicação de alívio.
Como é a vida do asmático?
A maioria dos asmáticos pode ter uma vida normal, exatamente igual a de pessoas da mesma idade que são saudáveis e não têm asma. Além disso, a grande maioria dos asmáticos não precisa se privar de nada. Para tanto, basta apenas seguir algumas regras:
– evitar o contato com gatilhos como poeiras, fumaças do cigarro, pelo de animais, mofo, pólens, poluentes no trabalho etc.
– usar diariamente a medicação controladora
– consultar periodicamente seu médico
Fonte: https://sbpt.org.br/portal/espaco-saude-respiratoria-asma/
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